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As Tuas palavras são em tudo verdade desde o
princípio. Sal. 119:160.
Em 1880, William M. Ramsay, erudito inglês e admirador de Julius
Wellshausen (o pai da alta crítica bíblica), foi à Frígia, na Ásia Menor,
para contradizer a história de Lucas registrada em seu evangelho e no livro
de Atos. De início, ele foi despertado de sua ilusão por um estudo de Atos
14:6, que declara que se passa a fronteira da Licaônia, indo de Icônio para
Listra.
A declaração de Lucas era contrária à opinião da maioria das modernas
autoridades em geografia, e parecia contradizer escritores antigos. Mas,
enquanto Ramsay estudava as inscrições, ele compreendeu que o autor de Atos
sabia mais da antiga geografia da Frígia do que os críticos modernos. Em
todas as outras declarações do fato na história de Lucas, Ramsay encontrou
uma exatidão tão surpreendente, que em 1915 declarou que "a história
de Lucas é incomparável no que se relaciona à sua confiabilidade". Tão
convincente foi a evidência descoberta por Ramsay, que ele se tornou
cristão e um intrépido defensor da Bíblia.
Aquilo que o Sr. Ramsay descobriu a respeito de Lucas é
essencialmente verdadeiro quanto ao restante da Bíblia - a Palavra de Deus
é em tudo verdade. À luz das descobertas arqueológicas, o já falecido
William F. Albright, considerado por muitos como o mais eminente arqueólogo
do Oriente Próximo de sua época, reconheceu que "dados arqueológicos e
inscrições têm estabelecido a historicidade de inúmeras passagens e
declarações do Antigo Testamento; o número desses casos é muitas vezes
maior do que o daqueles onde se prova o contrário". Naqueles poucos
exemplos em que os eruditos consideram a Bíblia incorreta, o cristão pode
aguardar ainda um julgamento. A pá dos arqueólogos continua confirmando o
Livro.
Alguns críticos gostam de indicar que os manuscritos da Bíblia contêm umas
50.000 variantes. A quase totalidade dessas é de menor importância, como as
variações na maneira de escrever uma palavra - e nenhuma delas afeta a
nossa salvação. A esmagadora evidência é que para todos os propósitos
práticos a Bíblia é totalmente verdade. A Bíblia pode ser
"imperfeita" para os padrões humanos, mas é perfeita para o seu
propósito - a salvação das nossas almas (ver I S. Ped. 1:9).
A Palavra de Deus é Poderosa
Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer
espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito,
juntas e medulas, e apta para discernir os pensamentos e propósitos do
coração. Heb. 4:12.
Talvez nem sempre percebamos o fato, mas existem tremendas reservas
de energia ao nosso redor. Por exemplo, calcula-se que um relâmpago médio
libera cerca de um bilhão de watts de energia em cada descarga. Em anos
recentes, os cientistas começaram a entender como ocorre essa liberação.
As cargas elétricas começam a avolumar-se nas nuvens do tipo cúmulos-nimbos
quando o ar quente e úmido entra em contato com ar frio e seco. Essa
interação produz um desequilíbrio das cargas elétricas. A parte inferior do
cúmulo de trovoada se torna carregada positivamente, ao passo que a terra
tem carga negativa. À medida que as cargas se acumulam e se atraem,
correntes de elétrons disparam da terra na direção da nuvem e depois
recuam, mas em cada avanço chegam um pouco mais perto da nuvem. Quando
chega o ponto em que é vencida a resistência do ar, uma enorme carga de
eletricidade salta pela "trilha" assim preparada, e nós a vemos
como a cintilação do relâmpago.
Os cientistas calcularam que a terra é atingida por raios cerca de 16
milhões de vezes por ano, aproximadamente uma vez a cada dois segundos. A
maior concentração dessas poderosas descargas ocorre na Indonésia, onde as
tempestades elétricas acontecem em 222 dos 365 dias do ano.
Deus é uma fonte infinitamente maior de energia do que qualquer relâmpago,
mas durante a maior parte do tempo nem sequer temos consciência desse
poder. "Os céus por Sua palavra se fizeram, e pelo sopro de Sua boca o
exército deles. ... Pois Ele falou, e tudo se fez; Ele ordenou, e tudo
passou a existir." Sal. 33:6 e 9. Mas não só a palavra falada de Deus
contém energia; a Sua palavra escrita é igualmente poderosa.
Assim como a nuvem tem um papel a desempenhar na liberação de energia
elétrica, assim também nós temos um papel no que se refere a experimentar o
poder espiritual reservado na Palavra de Deus. Ao esquadrinharmos essa
Palavra e buscarmos a Deus "tateando" (Atos 17:27), o Seu poder
transformador haverá de manifestar-se em nossa vida.
Esconder a Palavra de Deus no Coração
Naqueles dias a palavra do Senhor era mui rara; as visões não eram
freqüentes. I Sam. 3:1.
Em seu livro In the Presence of Mine Enemies (Na Presença dos Meus
Inimigos), escrito em co-autoria com sua esposa Phyllys, o Capitão Howard
Rutledge conta como descobriu a preciosidade da Bíblia num campo de
prisioneiros de guerra no Vietnã do Norte, onde passou sete anos. Aqui
estão algumas citações de seu livro:
"Eu havia negligenciado completamente a dimensão espiritual de minha
vida. Foi necessário o aprisionamento para mostrar-me como era vazia a
minha vida sem Deus. ...
"Tentei desesperadamente lembrar-me de porções das Escrituras, de
sermões, de corinhos evangélicos da infância e de hinos que cantávamos na
igreja. ...
"Como lutei para recordar aqueles versículos bíblicos e hinos! ...
Desafortunadamente, eu não tinha visto a importância de memorizar versos da
Bíblia ou cânticos. Nunca imaginei que fosse passar sete anos (cinco dos
quais em confinamento solitário) numa prisão do Vietnã do Norte ou que o
simples fato de pensar em um verso memorizado pudesse tornar um dia inteiro
mais suportável. A parte do versículo que eu havia decorado era: 'Guardei a
Tua palavra no meu coração.' Com que freqüência desejei ter realmente feito
um esforço para esconder a Palavra de Deus no coração!" - Págs. 34-38.
Tendo passado três anos como prisioneiro de guerra durante a Segunda Guerra
Mundial, posso entender os sentimentos do Capitão Rutledge. Logo nos
primeiros dias depois de nosso encarceramento, e nos últimos dias antes de
nossa libertação, quando a morte e a fome andavam de emboscada na terra, a
Palavra de Deus foi muito preciosa para mim. Lembro-me de ter memorizado o
Salmo 33:18 e 19: "Eis que os olhos do Senhor estão sobre os que O
temem, sobre os que esperam na Sua misericórdia, para livrar-lhes a alma da
morte, e, no tempo da fome, conservar-lhes a vida."
A Bíblia nos adverte de que virão dias em que haverá "fome sobre a
Terra, não de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do
Senhor". Amós 8:11. Quão preciosa, então, nos será a Palavra de Deus!
E quão importante é que, nestes dias de relativa paz e prosperidade,
entesouremos a Sua Palavra em nosso coração! (Sal. 119:11).
Julgados Pela Palavra
Quem Me rejeita e não aceita a Minha mensagem já tem quem vai julgá-lo. As
palavras que Eu tenho dito serão o seu juiz no último dia. S. João 12:48
(BLH).
Relata-se que alguns anos atrás dois turistas americanos olhavam um
famoso quadro em um dos grandes museus da Europa, quando um deles comentou
com desprezo:
- Eu não daria um centavo por essa pintura.
Um guarda por acaso ouviu o comentário, dirigiu-se ao crítico, deu-lhe um
tapinha no ombro e disse:
- Senhor, essas telas não estão em julgamento. Mas o senhor está.
Outro tipo de crítico gosta de colocar a Bíblia em julgamento. Muitos anos
atrás, quando eu trabalhava como colportor em São Francisco para pagar a
faculdade, um idoso senhor começou a conversar comigo num bonde, enquanto
voltávamos para casa. Ele queria saber o que eu fazia para me sustentar.
Contei-lhe que vendia Bíblias e outros livros religiosos. Jamais me
esquecerei da reação dele: "A Bíblia é um dos livros mais imundos
conhecidos pelo homem." Talvez eu devesse ter desafiado aquele senhor
a explicar sua declaração, mas não o fiz. Simplesmente encerrei a conversa
ali mesmo.
Há pessoas que parecem ter satisfação em depreciar a Bíblia. Algumas delas
até professam ser cristãs. Essas pessoas aparentemente estudam a Bíblia,
não para obter compreensão espiritual, mas para exibir intelectual
perspicácia. A Bíblia as descreve como pessoas que ultrapassam o que está
escrito (ver I Cor. 4:6). Presumem estar encarregadas de julgar a Palavra
de Deus. O que não percebem é que um dia essa mesma Palavra as julgará.
A Palavra as julgará? Como pode ser isso? Veja:
Os estudiosos da mente dizem que tudo aquilo de que nos tornamos
conscientes fica armazenado na memória e precisa apenas do devido estímulo
para ser reavido. O Espírito Santo está ao lado de todo estudante das
Escrituras, seja ele um sincero inquiridor da verdade ou um sofista, e lhe
produz convicção na consciência. Essas convicções, armazenadas na memória,
levantar-se-ão no último dia para condenar o cavilador e louvar o sincero
pesquisador da verdade.
Quão importante, então, é que obedeçamos às convicções que o Espírito Santo
produz em nossa mente ao estudarmos a Bíblia! Lembre-se de que essas
convicções estarão sempre em harmonia com a Palavra de Deus.
Qual é o Valor da Palavra de Deus Para Você?
Nunca me afastei dos mandamentos de Deus e guardei as ordens que Ele deu
bem gravadas na memória. Jó 23:12 (A Bíblia Viva).
Na virada do século dezenove, uma pobre menina galesa, chamada Mary
Jones, distinguiu-se na escola dominical por sua prontidão para memorizar e
repetir grandes porções das Escrituras. A Bíblia era um livro raro naquele
tempo. A pessoa mais próxima que possuía um exemplar, morava a quase quatro
quilômetros da casa dela. O maior desejo de Mary era ter a sua própria
Bíblia algum dia. A fim de conseguir isso, ela renunciava a muitas coisas e
colocava de parte o pouco dinheiro que economizava daquilo que recebia como
tecelã na loja de seu pai.
Depois de vários anos, ela havia juntado dinheiro suficiente para comprar
uma Bíblia. Bala, a cidade mais próxima onde Mary podia comprar o precioso
Livro, ficava a 40 quilômetros de distância.
Decidida, ela partiu caminhando descalça e levando os sapatos numa bolsa
para não gastá-los. Quando chegou à casa de Thomas Charles, o vendedor
local de Bíblias, ficou sabendo que ele tinha somente dois exemplares
consigo, estando ambos reservados para outras pessoas.
Quando ele informou que não tinha Bíblias à venda, os olhos de Mary
encheram-se de lágrimas. O Sr. Charles ficou tão comovido com a decepção da
moça que vendeu a ela um dos exemplares, sabendo que poderia substituí-lo.
Em dezembro de 1802, Charles apresentou diante da comissão da Sociedade de
Folhetos Religiosos a urgente necessidade de Bíblias galesas. Naquele
encontro, aprovou-se uma resolução que acabou resultando no estabelecimento
da Sociedade Bíblica Britânica e Internacional, uma organização que tem
promovido a venda de Bíblias a preços razoáveis em todo o mundo.
Desde então, a Bíblia tem sido o livro mais vendido no mundo, ano após ano.
Pode ser encontrada na maioria dos lares do mundo ocidental. Infelizmente,
em muitos desses lares, ela se encontra em uma prateleira, juntando pó.
Nos dias de Jó, não havia Bíblias como as conhecemos hoje, mas ele
valorizava as palavras faladas de Deus mais do que o seu próprio alimento.
Não deveríamos nós valorizar a Palavra escrita de Deus do mesmo modo?
Paz
A Paz que CRISTO dá
Eu estou lhes deixando um presente - a paz de espírito! E a paz que Eu dou
não é passageira como a paz que o mundo dá. Portanto, não se aflijam nem
tenham medo. S. João 14:27 (A Bíblia Viva).
Nas alturas das montanhas dos Andes, na América do Sul, há uma
estátua de bronze representando a Cristo. Sua base é de granito. A imagem
foi fundida a partir de velhos canhões. Gravadas em espanhol, estão estas
memoráveis palavras: "Será mais fácil que estas montanhas se desfaçam
em pó, do que argentinos e chilenos quebrarem o concerto de paz firmado aos
pés de Cristo, o Redentor."
Desde a década de 1840, os povos desses dois países tinham estado em
conflito por causa de suas fronteiras. Em 1900, quando uma das contendas
estava no auge, alguns cidadãos imploraram para que seus líderes pedissem
que o rei Eduardo VII, da Inglaterra, fosse o mediador do conflito. Ambos
os governos concordaram, e como resultado o Chile e a Argentina assinaram
um tratado encerrando a disputa no dia 28 de maio de 1903.
Durante os festejos que se seguiram, a Sra. Costa, uma distinta dama
argentina, concebeu a idéia de um monumento comemorativo do tratado e
sugeriu que os canhões usados na guerra fossem derretidos e moldados na
imagem de Cristo, o Príncipe da Paz. Na cerimônia de inauguração, a estátua
foi apresentada ao mundo como um testemunho do desejo que os cidadãos de
ambos os países tinham pela paz.
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